Capa do livro O tempo no cinema de Gilles Deleuze

O tempo no cinema

Gilles Deleuze

O livro "O tempo no cinema" é uma obra do filósofo francês Gilles Deleuze, publicada em 1983. Neste livro, Deleuze explora a relação entre o cinema e o tempo, analisando como a sétima arte é capaz de representar e manipular diferentes concepções temporais. Deleuze parte da ideia de que o cinema possui uma dimensão temporal própria, que vai além da mera reprodução do tempo real. Ele argumenta que o cinema é capaz de criar uma temporalidade específica, que pode ser dividida em três categorias: o tempo-movimento, o tempo-imagem e o tempo-crystal. O tempo-movimento refere-se à forma como o cinema representa o movimento no tempo. Deleuze argumenta que o cinema é capaz de criar uma ilusão de movimento contínuo através da sucessão rápida de imagens estáticas. Essa ilusão de movimento é fundamental para a narrativa cinematográfica e para a construção de uma temporalidade linear. Já o tempo-imagens são momentos de suspensão e contemplação, onde o tempo é dilatado e as imagens são exploradas em sua plenitude. Deleuze argumenta que essas imagens são capazes de transmitir uma intensidade afetiva, que vai além da mera representação do tempo. Por fim, o tempo-crystal é uma concepção de tempo não-linear, onde o passado, o presente e o futuro coexistem simultaneamente. Deleuze argumenta que o cinema é capaz de criar uma temporalidade cristalina, onde diferentes momentos temporais se fundem e se entrelaçam. Ao longo do livro, Deleuze analisa diversos filmes e diretores, como Alfred Hitchcock, Orson Welles e Jean-Luc Godard, explorando como eles utilizam o tempo cinematográfico em suas obras. Ele também discute conceitos como a montagem, o plano-sequência e o uso da música no cinema, mostrando como esses elementos contribuem para a construção do tempo cinematográfico. Em suma, "O tempo no cinema" é uma obra fundamental para quem deseja compreender a relação entre o cinema e o tempo. Deleuze oferece uma análise profunda e original sobre como o cinema é capaz de representar e manipular diferentes concepções temporais, contribuindo para uma reflexão mais ampla sobre a natureza do tempo e da imagem.