Capa do livro A Graça e o Livre-Arbítrio de Santo Agostinho

A Graça e o Livre-Arbítrio

Santo Agostinho

Santo Agostinho prova que é preciso julgar Pelágio, não baseado em suas confissões falsas ou simuladas, mas, no que se trata da graça, em seus próprios escritos. Ora, Pelágio sempre sustentou que a graça era parte da natureza e do livre arbítrio ou do conhecimento da lei. Assim, a graça divina é, sob seu ponto de vista, a possibilidade da vontade e da ação e não uma ajuda dada à vontade na ação. Além disso, ele sustentava que a graça só é concedida àqueles que a merecem e que ela só lhes propicia uma maior facilidade de cumprir os mandamentos. Agostinho cita fragmentos da obra de Pelágio sobre o livre arbítrio, que estabelecem esse erro em termos formais. Em seguida ele demonstra que uma coisa é a lei e outra coisa é a graça e desenvolve as características da graça verdadeira e cristã. Depois ele vinga Santo Ambrósio, por causa dos louvores que lhe prestou Pelágio, ao invocar seu apoio ao seu erro e cita as palavras do bispo de Milão que fazem à graça divina os mais belos elogios. Santo Agostinho prova que, sobre a questão do pecado original e do batismo das crianças, Pelágio ensina formalmente a mesma doutrina que seu discípulo Celéstio, que foi solenemente condenado, primeiramente em Cartago e depois em Roma. Essa questão, no entanto, não é daquelas que se possa transitar sem perigo para a fé. Pode-se mesmo dizer que esse erro ataca o fundamento da fé. Por fim, o santo doutor refuta aqueles que defendem que o dogma do pecado original é incompatível com a bondade do casamento e injuria Deus.