Capa do livro História da Música de Arnaldo Contier

História da Música

Arnaldo Contier

O  debate  sobre  a  criação  musical  no  Brasil  polarizou-se,  durante  os anos 20,  30  e 40,  em torno  de compositores,  historiadores e críticos partidários da música descritiva (romântica),  da preservação  do  sistema tonal tradicional,  da chamada música universal e de intelectuais favoráveis à música pura (neoclássica), à incorporação  de novos recursos timbrísticos e rítmicos no  âmbito  da linguagem tonal e ao aproveitamento da música folclórica no campo da composição erudita. Neste  livro, o autor procurou discutir   as   conexões   entre   música   e poder,  tentando  apontar as fortes marcas ideológicas que permeiam toda a produção  musical brasileira nos anos 20  e 30 do século XX. Arnaldo Daraya Contier, a partir da História  Social  da  Música,  visa questionar  possíveis  elos  que  se poderia estabelecer entre a música e as estruturas econômicas,  políticas e culturais de uma formação  social,  num momento  histórico  cronologicamente determinado. Em síntese, a História Social da Música deve ter em mira não  somente o  estudo  da criação  artística em relação  à sociedade,  mas, também da vida de um grupo social e da relação deste com a arte.  Para tal empreendimento analítico, Contier se vale de um  núcleo  central  de  documentação  que  assenta-se em artigos publicados nas mais diversas revistas,  especializadas ou  não,  em críticas e programas de concertos,  em depoimentos de intelectuais publicados nos jornais da época e nos textos de Mário  de Andrade,  Luiz Heitor Corrêa de Azevedo,  Renato  Almeida,  Luciano  Gallet,  Andrade Muricy,  Oscar Lorenzo Fernandez, Heitor Villa-Lobos, entre outros.