Cultura e Opulência do Brasil por Suas Drogas e Minas
“por este livro saberão o muito que custam as culturas do açúcar, tabaco e ouro, que são mais doces de possuir no Reino que de cavar no Brasil.”
Cultura e Opulência do Brasil, de André João Antonil, pseudônimo do jesuíta italiano João Antônio Adreoni, foi publicado em 1711, sendo recolhido por ordem de D. João V por ser considerado inconveniente para a Coroa Portuguesa que proibiu-o e confiscou os seus exemplares. Os poucos que restaram, tornaram-se raridades bibliográficas. Essencial para a compreensão da vida social e econômica do Brasil Colônia, só viria à luz em 1837, quando foi integralmente reeditada, no Rio de Janeiro. A partir de então, Cultura e opulência do Brasil tornou-se uma fonte essencial para aqueles interessados no Brasil Colônia.
O livro reúne, em quatro partes, informações sobre as principais atividades econômicas da colônia (cana-de-açúcar, tabaco, mineração e pecuária), e por isso é considerada a obra fundadora do estudo da economia brasileira.
É um retrato detalhado dos hábitos e costumes da população da época, contando inclusive com uma recomendação do autor sobre o tratamento das pessoas escravizadas: os senhores de engenho deveriam adotar aquela que ficou conhecida como a “política dos três Ps" (pão, pano e pau). O conteúdo do livro possibilita estudos sobre escravidão, relações familiares e muitos outros temas relacionados à vida no Brasil Colônia.
“O Brasil é inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos e das mulatas.”
Inclui estudo biobibliográfico por Affonso de E. Taunay.