Inês Etienne Romeu

Inês Etienne Romeu foi uma escritora e militante política brasileira, nascida em 1942 em São Paulo e falecida em 2015 em Porto Alegre. Ela ficou conhecida por ter sido a única mulher sobrevivente do massacre da Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e execução mantido pela ditadura militar brasileira em Petrópolis, Rio de Janeiro, durante os anos de chumbo. Inês foi presa em 1971, aos 29 anos, por sua militância na organização de esquerda Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Ela passou 96 dias sendo torturada na Casa da Morte, onde conviveu com outros presos políticos e presenciou a morte de muitos deles. Em dezembro daquele ano, ela foi transferida para o Presídio Tiradentes, em São Paulo, onde permaneceu presa até 1979, quando foi solta por meio de uma anistia. Após sua libertação, Inês se exilou no Chile e depois na França, onde se formou em Letras na Universidade de Paris. Em 1981, ela publicou o livro "Dez Anos no Inferno", em que relatava sua experiência na Casa da Morte e denunciava as violações de direitos humanos cometidas pela ditadura militar. O livro se tornou um marco na literatura brasileira sobre a resistência à ditadura e ajudou a conscientizar a população sobre as atrocidades cometidas pelo regime. Inês também foi uma das fundadoras do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul e atuou como professora e militante política até o fim de sua vida. Sua história de coragem e resistência continua inspirando gerações de brasileiros que lutam pela democracia e pelos direitos humanos.