Quem matou meu pai
Édouard Louis tornou-se um fenômeno literário com a publicação de O fim de Eddy, História da violência, entre outros livros. Em sua obra, inscrita em uma tradição que remonta a Annie Ernaux e Didier Eribon, a homossexualidade e as injustiças de classe são retratadas por meio de uma escrita afiada, marcada por altas doses de crítica social e política. Quem matou meu pai é uma narrativa breve e dilacerante, que reflete sobre a relação com o pai, fraturada pela indiferença, pela vergonha e pelo conflito. "Não tenho medo de me repetir, porque o que escrevo, o que eu digo, não atende às exigências da literatura, mas às da necessidade e da urgência, às do fogo", é o que diz Louis. Esse é o tom de manifesto inadiável que percorre a obra e se faz sentir na figura do pai doente e moribundo, que o narrador visita para prestar ajuda mas, acima de tudo, em busca de reconciliação.